Minha sombra já não me assombra

 

carrego comigo um vulto meio ralo

que não tem a fundura do desgosto

e nem mesmo o tamanho dum abalo


no sopro da noite logo ela se apaga

feito a lembrança que perdeu o viço

que já não me ri, pesa e nem indaga


já não me dobra mais o seu enredo

pois se me segue, vai de muito leve

tal o primeiro boquejo do arvoredo


e se amanheço, tingido de alvorada

já não posso ver o Sol que me traça

devolvendo a ela sua velha passada

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