Pesadelo nosso de cada noite

 

aprisionado no sono por um véu sombrio

contido por um pântano de iras e sustos

onde o impensável me espia de arbustos

e as esperanças se dissolvem num vazio

 

meu grito é a voz sussurrada em desvio

como murmúrios entre ecos já vetustos

e o vento que rabisca os rostos injustos

traça no meu o horror dum olhar esguio

por fim, cai um pequeno céu feito ruína

e bem no fundo do meu peito se ilumina

um brilho lúgubre dum relâmpago tardio

 

e quando a noite afrouxa sua fina trama

meu corpo suado se remexe, se espasma

e o medo acorda antes mesmo do que eu

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