Pedaços de uma lua inteira

 

na densa névoa da sumição do dia

nas extensas asas da noctívaga ave

atinge o mais alto, o ouriçado poeta

onde se deleita com um velho canto

em primordial linguagem, vestalina

entoado pelos madrigais de estrelas

com estribilhos de anjos em oração

 

e no balé das marés ele vê refletida

a languidez da sua musa rechonchuda

uma luz tangendo sua harpa celestial

como deusa regendo seu firmamento

 

e em seus versos ela sempre nasce:

nasce, cresce e nunca se desfaz

Comentários

Postagens mais visitadas