À minha nona Rosina

e o tempo se debruçou em sua janela

com os cotovelos apoiados na soleira

deixando no passado qualquer pressa

o seu querido e secular companheiro

 

Gina viu dali o céu dos antepassados

que de lá cintilavam acenando pra ela

então ergueu os seus ternos bracinhos

e sorriu − e até esqueceu que chorava

 

partindo águas: encontros e despedida

singrou, nas alturas, em seu barquinho

deixando no rastro um modelo de vida

e firmou-se bem alto, afável estrelinha


Comentários

  1. Esse texto é uma singela homenagem à minha nona, que sofria de Alzheimer e que nos deixou no mês passado (junho de 2024), com cem anos e nove meses de idade.

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