Pecado sonhado não é pecado

 

tenha-me um pecado de natureza noturna

e me pratica na contramão invisível do dia

ocultado nas dobras do teu subconsciente

ecoando em suspiros o meu proibido nome

 

não me erga como se vítima dum pesadelo

escapando pelada dalgum sonho carniceiro

tampouco, tal um fantasma que te persiga

um mal à espreita do teu sangue fadigado

 

nem herói nem vilão em qualquer dimensão

somente uma sombra, urdida em tua noite

afrouxando nó entre realidade  e  fantasias

bailando misteriosa entre certo  e  errados

 

enigmática, intrépida e marcante presença

indissipável, em teus despertares  abruptos

sublime forma de alimentar teus  mistérios

um prazer indelével no abissal do teu  sono

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