Fim e começo em azul

 

ao me despir de todo o resto

do meu suspiro de despedida

hei de arrancar ainda um fôlego

que é pra num último mergulho

alcançar o fundo dos seus olhos

onde se espreguiçam, decantados

os mais belos luares já mirados

 

e imersa, naquele azul desmedido

erguer ali a minha celeste morada

a definitiva, sem portas ou janelas

somente a nossa mesa de domingo

e a lembrança dos rebentos no colo

contando borbulhas de amor e riso

in saecula saeculorum

Comentários

Postagens mais visitadas