A espera do beijo e o depois

 

a boca se punha em estado de carícias

como se posasse para um novo poema

a ser construído em papéis umedecidos

com versos halitados em olor alviverde

de lírios do brejo com folhas de hortelã

 

a fronteira do beijo, olhos não atingiam

o toque era iminente, os lábios sentiam

na pele rosada e roubada dos pessegais

e dos rápidos frêmitos eriçantes, depois

um hiato, em que a brevidade de perdia

 

é que a outra boca guardava uma chave

do portal de um paraíso manso e florido

em que o sussurro do córrego de salivas

movia uma roda que dilatava momentos

e até o tempo de ser o que é se esquecia

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