N-ésimo soneto de saudade
saudade é avezinha que voa e se aquieta
e nos
capões do peito faz o seu ninho
é o galho
da imburana velha e discreta
que, em
silêncio, embala esse bichinho
página
marcada no córrego manso
caderno da
vida de folhas molhadas
mato que
se curvou ao nosso avanço
sagrado
retrato de nossas pegadas
saudade é
argila no areal da memória
moldada
com cheiro da criança d'outrora
posta pra secar
no umbral da janela
passeio
pela noite no alazão-estrela
brilho na
menina dos olhos da aurora
no toró do
sertão da gente, a calmaria
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